Uma carreira dedicada à Inovação: com Stefano Levorato

Stefano Levorato, cofundador da SBI – Sociedade Brasileira de Inovação compartilha insights sobre métodos, cultura e exemplos práticos de inovação.

Stefano Levorato, cofundador da Sociedade Brasileira de Inovação, traz mais de 20 anos de experiência em grandes corporações como McLaren, General Motors e Stellantis, e compartilha suas percepções sobre a importância e os desafios da inovação.

O Conceito de Inovação

Stefano define inovação como a criatividade em ação, enfatizando que é necessário colocar ideias em prática para que sejam consideradas inovações. Ele explica que a inovação é a transformação de ideias criativas, que são originais e melhores, em realidade.

A distinção entre empresas verdadeiramente inovadoras e aquelas que apenas se dizem inovadoras é crucial. Segundo Stefano, inovação implica em testar e validar ideias, passando da potencialidade à concretização.

Inovação no Brasil vs. Internacional

O mercado brasileiro apresenta uma mistura de setores avançados e outros em desenvolvimento. Stefano destaca o setor do agronegócio e financeiro como exemplos de inovação tecnológica no Brasil. No entanto, ele aponta que, embora algumas empresas operem de maneira tradicional, elas ainda podem entregar produtos inovadores.

Cultura de Inovação nas Empresas

Para Stefano, a cultura de inovação é essencial. Empresas que estimulam a criatividade e a implementação de novas ideias desde a base até a liderança têm mais chances de sucesso. Ele faz uma comparação interessante entre a cultura de inovação e a cultura ética para ilustrar como a cultura de uma organização pode influenciar profundamente o comportamento de seus funcionários. Ele utiliza a cultura ética, que é amplamente compreendida e praticada, como um paralelo para explicar a cultura de inovação.

Cultura Ética

A cultura ética se refere aos princípios e valores que orientam o comportamento dos funcionários dentro de uma empresa. Ela estabelece o que é considerado certo e errado, principalmente em termos de integridade e honestidade.

Na maioria das empresas, é implícito que roubar é errado. Funcionários sabem que devem registrar corretamente as transações, contratar serviços de maneira justa e manter a integridade em suas ações.

Quando um funcionário testemunha uma má conduta, como roubo, ele pode sentir a necessidade de denunciar, afastar-se da situação ou até mesmo deixar a empresa se perceber que a má conduta é generalizada e tolerada.

Cultura de Inovação

A cultura de inovação é o ambiente que incentiva a criatividade, a geração de novas ideias e a implementação dessas ideias para melhorar processos, produtos ou serviços.

Em uma empresa com uma cultura de inovação forte, os funcionários são encorajados a propor novas ideias. Em vez de temerem que suas ideias sejam rejeitadas ou que possam ameaçar suas posições, eles encontram um ambiente receptivo e colaborativo.

Quando um funcionário sugere uma inovação, os colegas e gestores não devem simplesmente descartar a ideia. Em vez disso, devem explorá-la, fazer perguntas para entender melhor e considerar como a ideia pode ser ajustada ou melhorada. A resposta deve ser de apoio e de busca por melhorias contínuas, em vez de resistência ao novo.

Comparação

  • Aceitação Implícita: Assim como a cultura ética implica que todos entendem e aceitam que roubar é errado, a cultura de inovação implica que todos compreendem e aceitam a importância de ser criativo e de propor melhorias.
  • Comportamento Incentivado: Na cultura ética, o comportamento incentivado é a honestidade e a integridade. Na cultura de inovação, o comportamento incentivado é a proatividade em sugerir melhorias e a receptividade às novas ideias.
  • Impacto no Ambiente de Trabalho: Uma empresa que promove uma cultura ética tem um ambiente de confiança e transparência. Uma empresa que promove uma cultura de inovação tem um ambiente de criatividade e progresso constante.
  • Exemplificação Prática: Numa cultura ética, nenhum funcionário precisa ser lembrado constantemente de que roubar é errado; isso é parte do ethos da organização. De forma semelhante, em uma empresa verdadeiramente inovadora, os funcionários naturalmente procuram maneiras de melhorar e inovar sem medo de repercussões negativas.

A comparação de Stefano serve para mostrar que, assim como a cultura ética se torna uma segunda natureza para os funcionários, a cultura de inovação também pode se tornar parte integrante do comportamento diário, levando a um ambiente onde a criatividade e a melhoria contínua são normais e esperadas.

Indicadores de Inovação

Stefano menciona que os indicadores de inovação podem variar entre as empresas, mas um exemplo universal é o número de patentes registradas. Ele explica que patentes representam projetos inovadores que não existiam antes e que funcionam. Além disso, no setor de serviços, indicadores como a satisfação e o encantamento do cliente com novos produtos podem medir a inovação.

Caso Prático: General Motors

Stefano compartilha uma experiência concreta de seu tempo na General Motors. Um feedback de clientes sobre o tamanho dos porta-copos levou a equipe a entender que os clientes realmente queriam um espaço para seus celulares. Isso resultou na implementação do sistema MyLink da Chevrolet, que integra o celular ao sistema do carro, oferecendo segurança e conveniência. Este exemplo ilustra como uma pequena observação pode levar a uma inovação significativa quando abordada com as metodologias corretas.

Resumo

Stefano Levorato demonstra que a inovação não é apenas uma palavra da moda, mas um processo contínuo de melhoria e adaptação. Com a abordagem certa, as empresas podem transformar ideias em realidade, mantendo-se competitivas e relevantes no mercado global.

A hora da inovação com Stefano Levorato

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Referências